Brasileiros fazem mais apostas do que investem na Bolsa de Valores
Um levantamento feito pela Associação Brasileia das Entidades de Mercado (Anbima) chegou à conclusão de que os brasileiros estão investindo muito mais o seu dinheiro em apostas esportivas do que em Bolsas de Valores. De fato, a pesquisa demonstrou que a diferença entre as duas opções para aplicar o dinheiro em nosso País é muito alta a favor das chamadas bets.
De acordo com a Anbima (Página inicial), 14%da população de nosso País (cerca de 22 milhões de pessoas) fizeram ao menos uma aposta no ano de 2023, enquanto o universo de investidores em bolsa é de apenas 2% dos brasileiros, de fato muito superior em termos numéricos. A predominância destes jogadores está nas classes A, B e C e mais homens têm apostado que mulheres, de acordo com o mesmo estudo da associação das entidades do mercado.
Os apostadores são predominantemente da chamada geração Z, de nascidos entre os anos de 1997 e 2010, seguida dos “Millenials”, que nasceram um pouco antes, entre 1981 e 1996. A juventude dos clientes brasileiros das bets lhes dá muito mais familiaridade com as plataformas digitais e um gosto acentuado por adrenalina.
Pelo menos 40% dos apostadores também investem em produtos financeiros via aplicativos de bancos e dentre as opções preferidas estão poupança (21%), moedas digitais(12%) e títulos privados (7%). Muitos jogadores não veem apostas como uma opção arriscada, mas apenas como um bom investimento. Segundo dados mais atualizados, no Brasil já há quem lucre mais de R$ 15 mil mensais com lances pela internet em centenas de bookmakers nacionais e estrangeiros.
O único investimento que em nosso País ainda supera o universo dos apostadores é o de poupança, feito por cerca de 25% da população, mas mesmo este item tende a ficar para trás se as bets continuarem a se expandir no Brasil. Os massivos investimentos em propaganda, a forte ligação com os esportes, em especial com o futebol, e a extrema facilidade para fazer seus palpites, bastando para isto de um simples aparelho celular e internet com um mínimo de qualidade, estão entre os principais motivos para o sucesso do segmento de apostas, que está há cerda de dez anos em expansão entre os brasileiros. Dificilmente se assiste a uma partida de futebol sem que no intervalo se veja alguma propaganda das bets.
Por mais que o Governo Federal subindo o tom e procurando estabelecer regrar firmes e com muita taxação sobre os bookmakers para que permaneçam no mercado brasileiro, o fato é que as bets aparentemente chegaram para ficar. Cuidados para a proteção dos menores – menores de 18 anos não podem dar seus palpites pela internet – e uso de alta tecnologia para prevenir fraudes, inclusive com reconhecimento facial de apostadores a partir do próximo ano, estão entre os caminhos que o Poder Público tem encontrado para regular o setor. Lances com cartões de benefícios como o Bolsa Família também deverão ser proibidos e ainda se estuda a limitação ou vedação de apostas por meio de PIX.
Muitas pessoas – 40% da população, de acordo com o estudo acima – acreditam que por meio das apostas esportivas ou em cassinos há uma chance de retorno rápido do dinheiro aplicado, algo que não aconteceria, a princípio, em opções em Bolsa de Valores, na avaliação destes jogadores. A pesquisa com o raio-X do investidor está na sétima edição e o item apostas esportivas passou muito recentemente a constar no levantamento, tal a força que este segmento no Brasil.