Combate à manipulação de resultados esportivos terá parceria entre Governo e órgãos de fiscalização
O combate a possíveis manipulações de resultados em eventos esportivos será reforçado nos próximos cinco anos no Brasil. O Ministério da Fazenda, preocupado com as constantes controvérsias envolvendo alegações de placares forjados no País, em especial em partidas de futebol, resolveu fechar algumas parcerias com organizações de monitoramento e fiscalização internacionais para acompanhar de perto o tema e checar a existência ou não de alguma irregularidade.
A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério (Secretaria de Prêmios e Apostas — Ministério da Fazenda) assinou acordos de cooperação técnica com a Genius Sports, a Sportradar, a International Betting Association (IBIA) e a Sports Integrity Global Alliance para combater os temores de manipulação de resultados em nosso País. As parcerias terão a duração de cinco anos, mas poderão ser prorrogadas caso necessário. O fortalecimento da rede de segurança brasileira vai se espelhar na experiência de países mais avançados na defesa da lisura dos eventos esportivos, caso da Inglaterra e da Austrália, por exemplo.
Estes acordos também terão, segundo a SPA do Ministério da Fazenda, o objetivo de ajudar o Poder Público a ter mais conhecimento sobre o mercado de apostas, educando os servidores desta importante pasta do Governo do Brasil em como monitorar o segmento em nosso País, um dos que mais têm crescido nos últimos anos e que passa por um intenso processo de regulação desde que o presidente Luiz Inácio Lula da silva iniciou seu terceiro mandato na chefia do Executivo.
Algumas denúncias de supostas manipulações de resultados têm provocado muita controvérsia no futebol brasileiro. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi criada no Congresso depois que o empresário americano John Textor, comandante da SAF do Botafogo, acusou atletas do São Paulo de terem manipulado um confronto que tiveram com o Palmeiras, no qual perderam de goleada por 5 x 0, em 2023. Na época o alviverde paulista – que viria a conquistar o bicampeonato brasileiro – estava na disputa do título com o próprio clube alvinegro do Rio de Janeiro, que se sentiu prejudicado.
Embora a CPI ainda não tenha chegado a resultados conclusivos, a verdade é que se chegou a alguns indícios de que alguns placares tenham sido forjados nas últimas temporadas por conta dos interesses de algumas casas de apostas, o que motivou o Governo a buscar instrumentos para coibir a manipulação.
Um relatório de Integridade publicado no ano passado e elaborado pelo IBIA (IBIA – The leading global voice on integrity for the licensed betting industry.) chegou à conclusão de que o Brasil teria o terceiro maior número de incidentes suspeitos de apostas esportivas em todo o mundo, com 11 notificações relacionadas a partidas de futebol, algo bastante preocupante em um País que tem neste esporte o mais popular e que e notabilizou por grandes resultados no plano internacional.
Grandes empresas de apostas internacionais têm demonstrado seu interesse em atuar em parceria com o Governo para coibir casos de manipulação e garantem que não estariam relacionadas a alguns casos recentes noticiados no Brasil e em outros países. Alguns atletas teriam aceitado vultosas quantias de apostadores para “facilitarem” as coisas em campo para a ocorrência de alguns placares considerados no mínimo suspeitos, algo que com certeza não conta com a intermediação das chamadas bets.